Made in Brasil: 5 inovações brasileiras que mudaram o setor automotivo
O Brasil é um país com uma grande frota de veículos de todos os portes, alcançando 1 carro para cada 1,7 habitantes, no total de 119.227.657 unidades segundo o site O Tempo. E esses itens são mais que status, ter um veículo é essencial para se locomover devido ao tamanho do país e as longas distâncias entre um ponto a outro.
A necessidade e o apreço por veículos também foram os combustíveis para o desenvolvimento de tecnologias, veículos e aprimoramentos para adaptá-los às nossas estradas e realidade.
Algumas delas foram movidas por crises, como o motor movido a álcool de cana-de-açúcar e o programa Proálcool e outras, como o Gurgel, fortaleceram nosso mercado com um carro robusto.
Continue a leitura e conheça histórias de brasileiros que mudaram o setor automotivo.
Inovações brasileiras que transformaram as estradas
Alguns brasileiros foram responsáveis por grandes invenções, uma das maiores é o avião, criado por Santos Dumont. Mas, além disso, podemos colocar nessa lista o identificador de chamadas, o balão de ar quente, urna eletrônica e até mesmo o escorredor de arroz.
E essa criatividade também está presente no setor automotivo:
1- Transmissão Automática
A transmissão automática é um tipo de câmbio de veículo que troca as marchas automaticamente, sem a necessidade de intervenção do motorista, ajustando as marchas com base na velocidade do veículo, na rotação do motor e na posição do pedal do acelerador.
Diferente da transmissão manual, no qual o motorista deve acionar a embreagem e mudar a marcha, a transmissão automática usa um sistema de sensores, atuadores e uma central eletrônica para fazer essas trocas de forma suave e eficiente.
Essa foi uma inovação desenvolvida por José Braz Araripe e Fernando Lehly Lemos em 1932. Segundo o site Autoesporte, eles a venderam para a General Motors e lançada em 1940 no modelo Oldsmobile com o nome de transmissão “Hydra-Matic”.
Anos mais tarde ela seria aprimorada e difundida em todo mundo.
2- Programa Proálcool
O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi criado em 14 de novembro de 1975 como uma resposta à crise do petróleo de 1973, que ocorreu devido à falta da matéria-prima e consequentemente ao aumento do preço.
A ideia do programa era reduzir a dependência do Brasil em combustíveis fósseis e incentivar a produção de etanol, um biocombustível feito a partir da cana-de-açúcar abundante no país.
Foi uma iniciativa conjunta do governo brasileiro, fabricantes de automóveis e acadêmicos, liderada por engenheiros que desenvolveram tecnologias pioneiras para a produção e uso de etanol como combustível veicular
Durante a primeira fase do Proálcool, houve muitas experiências e melhorias técnicas para adaptar motores a funcionar com etanol, resultando em um aumento significativo na produção e uso de veículos movidos a álcool.
Com o passar do tempo, o uso do álcool caiu, porém, com uma nova crise do petróleo nos anos 2000 o combustível passou a ser importante para o desenvolvimento de motores flex, que podem funcionar com etanol ou gasolina.
Esse foi um marco no setor de combustíveis do Brasil, que se tornou referência em desenvolver tecnologias de biocombustíveis.
3- Motor a etanol
Concomitantemente com o Proálcool, o motor a diesel foi desenvolvido pelo engenheiro brasileiro Urbano Ernesto Stumpf na década de 1970. Ele foi um dos pioneiros na adaptação de motores a funcionar com etanol combustível.
Essa ação foi importante para que o país superasse a crise do petróleo, popularizando o uso de etanol como combustível alternativo no Brasil. E em 1975 começou o projeto do primeiro carro movido a álcool e em produção em larga escala, o FIAT 147.
Ele foi lançado em 1979 e segundo o site Auto Papo, o modelo foi apelidado de “Cachacinha” devido ao odor característico do escapamento. O primeiro modelo foi vendido para o Ministério da Fazenda e marcou a história também como um modelo que emitia menos poluentes e era independente do petróleo.
4- Gurgel BR-800
O engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel desde sua formatura na graduação tinha planos para que o Brasil tivesse uma montadora nacional e forte. Nos anos 80, já dono da Gurgel Motores S/A, ele tirou do papel um modelo popular, contrastando com os jipes e outros modelos 4×4 que deram fama à empresa.
O Cena (Carro Econômico Nacional) foi base para o primeiro carro 100% nacional, o Gurgel BR-800, projetado para ser um veículo compacto, econômico e acessível, com um motor de dois cilindros e 800 cc fabricado na indústria da Gurgel em Rio Claro, São Paulo.
O BR-800 se destacou por sua simplicidade e eficiência, sendo um marco na busca pela autossuficiência industrial do Brasil e foi um dos primeiros veículos a utilizar a capota rígida removível, tornando-o versátil para diferentes necessidades de transporte.
Segundo o Site Auto Papo, o engenheiro Gurgel ainda teve ideias visionárias, como carros elétricos para aluguel em 1975, muito tempo antes do primeiro veículo elétrico surgir nas ruas. Infelizmente, nem toda novidade e genialidade foi capaz de salvar a fábrica da falência em 1996.
5- Agrale Marruá
O Agrale Marruá é um veículo robusto, utilizado pelo Exército Brasileiro que nasceu da união de duas montadoras, a Agrale e a Engesa Brasil. Conhecido como o Hummer Brasileiro, o Marruá surgiu em 1984 com o modelo EE12, um 4×4 totalmente produzido no país, com peças nacionais.
Foi originalmente projetado para uso em operações militares e de segurança pública, sendo homologado pelo Exército. Segundo o site Strike Brasil, a Agrale produziu 100 unidades para civis, com algumas modificações, mas mantém o alto desempenho em terrenos difíceis.
Além do Brasil, o Agrale Marruá também foi exportado para Angola, Argentina, Namíbia, Haiti e Equador e também recebeu atualizações como blindagens para operações mais seguras e um projeto para um Agrale marruá elétrico em 2012 durante a conferência Rio +20.
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