Romi-Isetta: o primeiro compacto brasileiro

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Mesmo que você seja jovem, se ama carros, com certeza ficou espantado ao ver pela primeira vez o Romi-Isetta: um carro pequeno e de aparência muito moderna pela época em que foi lançado.

Em 5 de setembro de 1956, saía da fábrica Indústrias Romi S.A e foi um marco na história automotiva brasileira: foi o primeiro compacto a ser produzido no Brasil e chamou a atenção pela simplicidade e praticidade. 

Com um motor de apenas 236 cilindradas, o Romi-Isetta foi um verdadeiro sucesso nas ruas, afinal era um carro acessível, econômico e fácil de dirigir, o que o tornou uma opção popular para as famílias pequenas, solteiros e aposentados da época.

A origem do Romi-Isetta

O primeiro modelo do Romi-Isetta nasceu na Itália, pela produção da ISO Automotoveicoli, uma fabricante de triciclos e motocicletas em 1953: Apresentado no Salão de Turim, o Isetta era um veículo de baixo custo, pronto para atender as necessidades de uma sociedade pós-guerra. 

Além do seu tamanho, ele chamava atenção pela porta única, que se localizava na frente, era econômico (25 km/l) e atingia até 85 km/h. Sua simplicidade e baixo custo fez com que o carro, que era um item de luxo, se tornasse acessível a mais pessoas.

Mas, apesar de sua aparência marcante e visível economia, o veículo deixou de ser produzido em solo italiano. Contudo, esteve presente em vários países: Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Reino Unido e Brasil!

A produção brasileira

Além de ser um marco no design, o Romi-Isetta foi o primeiro carro a ser fabricado em série no Brasil, sendo um divisor na indústria do país. 

A Romi S.A era uma empresa de produção de tratores no interior de São Paulo desde a década de 30, mas queria expandir seus negócios. Então, em 1955, a ISO concedeu os direitos de produção do veículo e isso foi noticiado pelo Diário de São Paulo em 28 de agosto de 1955, aumentando as expectativas dos consumidores.

Para se adequar ao Brasil, o carro passou por uma pequena reformulação, o que não impossibilitou atrasos na produção: o motor possuía peças importadas e por vezes, não chegavam em tempo hábil.

Devido à sua simplicidade e praticidade, o compacto atendeu demandas diversas do mercado brasileiro e, logo, passou a ser querido por muitos. O sucesso do modelo foi incontestável e alcançou um nível tão grande que as linhas de produção passaram a operar em turnos diferentes para dar conta da produção que produziu aproximadamente 3 mil unidades do pequeno notável.

Assim como na Itália, o marketing do Romi-Isetta era fazer do carro algo popular e acessível para estudantes universitários, solteiros, aposentados e até mesmo famílias, apesar da capacidade ser de duas pessoas de estatura média. Não era incomum que pessoas mais altas encostassem a cabeça no teto quando havia quebra-molas na estrada.

O fim do Romi-Isetta no Brasil

Apesar de ter sido um carro popular em seu lançamento, o Romi-Isetta começou a perder força no mercado: além da concorrência que aumentou com o avanço da produção nacional, o Romi-Isetta não suportou as condições das estradas brasileiras.

Enquanto o veículo era uma opção para as famílias de baixa renda na época, o público de classe média estava procurando outras opções. Infelizmente, o carro foi considerado por muitos como ultrapassado em relação aos novos modelos emergentes e com a alta da inflação na época, o modelo ficou inviável para as famílias.

Regulamentação

Quando o Romi-Isetta foi lançado, o Brasil ainda não tinha regulamentação sobre a produção e comercialização de veículos nacionais, o que mudou quando o Grupo Executivo da Indústria Automobilística criou regras para que os fabricantes recebessem benefícios da União.

Conforme a nova resolução os veículos precisavam ter duas fileiras de banco e no mínimo duas portas. Com o fim do subsídio, o preço do pequeno veículo aumentou, deixando de ser atrativo e saindo de linha em 1961.

Ficha técnica

A primeira versão do Romi-Isetta era equipada com um motor 2 tempos de 236 cm 3 e 9,5 cv de potência e em 1959 o motor foi substituído por um BMW de quatro tempos monocilíndrico e 13 cv. Os dois possuíam tração traseira e chegavam até 85 km/h, com um tanque de 13 litros.

  • 2,28m de comprimento
  • 1,38m de largura
  • 1,5 m entre eixos
  • 1,34 de altura
  • 350 kg de peso
  • Rodas de 10 polegadas
  • 220 kg de capacidade de carga
  • Câmbio manual: 4 marchas à frente, 1 marcha à ré
Curiosidades do Romi-Isetta
  • Na Alemanha, o Isetta foi fabricado pela BMW, produzindo 161 728 unidades;
  • Em 1957 a montadora alemã lançou o BMW 600 baseado no modelo original, com capacidade para 4 pessoas;
  • Foi responsável por tirar a BMW da falência;
  • Na Europa, o Isetta teve versões furgão, picape e carro de bombeiro;
  • A porta foi inspirada em aviões cargueiros;
  • A atriz Eva Wilma foi a garota propaganda do Romi-Isetta, que possuía como um dos seus públicos-alvo, as mulheres que começavam a sair para trabalhar e estavam mais independentes;
  • Além dela, seu marido John Herbert, Dercy Gonçalves, Odete Lara, Anselmo Duarte e Aurélio Teixeira, foram celebridades que também vincularam sua imagem ao carro;
  • A coluna de direção ficava entre a embreagem e freio;
  • As 2 rodas traseiras ficavam muito próximas uma da outra, dando a impressão que o veículo possuía apenas 3;
  • Contudo, em alguns países o Isetta tinha 3 rodas para se enquadrarem em triciclos e pagarem menos impostos.

O Romi-Isetta foi um carro que marcou a história do mercado automotivo brasileiro em diversos aspectos e mesmo com suas limitações, a produção deste veículo foi fundamental para a indústria automotiva nacional que estava surgindo.

Atualmente não é possível ver Romi-Isettas nas estradas, porém muitas unidades foram conservadas e são itens colecionáveis de grande valor!

Você já esteve a bordo de um Romi-Isetta? Conte aqui nos comentários e compartilhe sua experiência conosco.

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